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criolina para cavalo

 

 

 

I. C. Copper 

 

 

Traveller

 

32 pp | 23x16 cm

 

Capa do Autor

Desenhos de José Pedro Morais

 

 

3ª edição | Lisboa, 2014

1ª edição | Parede, 2012 

 

Depósito Legal | 376289/14

 

32 pp | 23x16 cm

 

 

7 €

 

 

 

Excertos em edição livre:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O ser humano transforma-se em tudo.

A identidade é um luxo.

 

 

Um antigo constrangimento esquecido repetidamente num gesto dependente e cúmplice escondia-nos na vergonha de assumi-lo.

 

Petulantes.

 

 

As olheiras cheias de amor por ninguém.

 

 

Compulsivamente e sem necessidade lavo as mãos. A água sai gelada e imprudente. Esta toalha ficou húmida quantos Invernos?

 

 

Passa a sombra rápida de um ser vivo desconhecido –

no teu coração uma pedra. Engelhas o rosto e não sai uma frase.

 

Caminhos escuros cobrem quase toda a dissolução. Coisas de que nunca falámos. Entrego-me à vida inconsequente dos 14 anos. Engulo pintelhos.

 

 

Sentado, duplo, no meu próprio colo – vomito uma salada.

 

 

Fácil seria devolveres-me a inocência agora inexplicável.

 

 

Fascina-me a perturbação da tua elegância.

 

 

(Pai caramelizado. Absurdo, corajoso na sua impotência.)

 

 

A minha ignorância ofende-me.

A vulnerabilidade cansa.


 

Vou limpar o cu aqui à Time.

 

Sonhei o tempo todo que julguei ter-te entregue?

 

Eu dei-te o meu coração. Agora não tenho nenhum.

 

Alguém também querer morrer com uma frase.

 

 

Os gatos divertem-se a passar despercebidos.

As pessoas sofrem de infâmia.

 

Gestos que fizemos em que outros viram intenções que não tínhamos.

 

Peixes entupidos de mistério.

 

Já não quero contar-te o quanto te amo. As saudades que tenho das tuas pernas magras dão-me pânico. Sou mera gelatina.

 

 

Revejo a nossa história, que já não é senão um vírus na minha cabeça.

 

Formigas atómicas estorvam os corredores da tua casa, comem as abelhas e o resto do mel.

 

Os instintos são de cristal. Os nomes estão unidos.

 

 

Não sei quem sou e não te conheço.

 

Catorze anos de cadernos e folhecas resumem-se a um assunto. Com um delírio metódico tento reencontrar-te no caos de não poder compreender.

 

 

O frio queima as flores. Uma altividade em cansar-se.

 

 

Palavras dão um prazer de alívio que depois dói no inconsciente, donde vieram. 
Crianças frenéticas de açúcar brincam a não fazer sentido.

Ato-as com fita-cola.

Cantam paradas como nos filmes de terror.

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