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Maria Morais

Maria Morais é lisboeta de nascimento e portuguesa de temperamento. Sendo a oitava de 10 irmãos, viveu as duas primeiras décadas da sua vida numa apartamento com uma única casa de banho, o que viria a marcar o seu carácter (dramático) para sempre. Ao gosto pelas artes somou, desde pequena, a atracção pelas histórias, sobretudo por aquelas que estão contidas nas ferramentas e nos cheiros do dia-a-dia, nas caras, nos gestos e nos sons das palavras que as pessoas escolhem para dizer aparentemente coisas sem importância. Algibeira, por exemplo, parece-lhe uma pala- vra encantadora, embora não saiba exacta- mente porquê. É apreciadora, defensora e praticante da cultura popular portuguesa desde que percebeu donde vinha, talvez antes até. 

 

 

Parece que tem jeito com as palavras e alguns dizem que fala de mais, embora aprecie muito o(s) silêncio(s). Contraditória, já se vê, sente-se contente pela moral que lhe calhou no nome de família ter vindo no plural, porque embora sabendo tão pouco já sabe o suficiente para saber que há muitas versões das coisas e que as histórias podem ter muitas morais, embora queiram todas chegar ao mesmo lugar, mais coisa menos coisa. Recolectora de memórias por instinto, organizadora de sistemas por necessidade e restauradora de mundos por convicção, ainda não se sente uma conta- dora de histórias, estatuto que deseja que chegue com a idade, assumindo--se, para já, e por decisão recente, como historietadora, que é uma espécie variegada de pessoa que investiga, cria, encena, cenografa e interpreta historietas tendo como propósito a expressão individual, a fixação de memórias, a integração na comunidade e a partilha subjectiva e imponderável de coisas várias, mais ou menos poéticas.

 

Prepara um conjunto de poemas a publicar em breve.

 

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